Mangás são nada mais, nada menos, do que histórias em quadrinhos japonesas, criadas em formato preto e branco, que comparando com a cultura ocidental, são lidos de trás para frente, tanto nas paginas, quanto nos balões de dialogo.
As primeiras histórias em quadrinhos japonesas com personagens fixos, que logo em seguida criariam a denominação mangá, surgiram em 1901 com o nome “Tagosaku To Mokubê No Tokyo Kenbutsu (“A Viagem a Tokyo de Tagosaku e Mokube”) (MOLINÉ, 2004, p. 19). A editora pioneira na publicação dos Mangás foi a Kodansha, com o mangá “Shonen Club” de 1914.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a industria dos mangás se viu obrigada a começar do zero. Surgiu, dessa forma, um desenhista que viria a ser um dos maiores do Japão. Ozamu Tezuka, que admirava os desenhos norte americanos, e foi um dos responsáveis pelos olhos grandes como característica principal dos desenhos japoneses.
Existem vários tipos diferentes de mangá: O Shonen, que seriam os mangás destinados a rapazes, com histórias como InuYasha, Bucky, Cavaleiros do Zodíaco, que são recheadas de ação, etc; mangás destinados ao publico feminino, os chamados Shoujo, que são história mais cheias de romantismo, como Sailor Moon por exemplo (não sendo uma regra, mas que reforça estereótipos de gostos de meninos e meninas); Os mangás direcionados a adultos, como os Ecchis, que são mangás com conteúdo sexualizado, e os similares a pornografia chamados Hentais, além do seinen, que teriam histórias mais psicológicas, como o mangá "Monster" por exemplo.
Como desenhistas mais famosos, Masami Kurumada, autor da famosíssima saga sucesso dos anos 80 “Cavaleiros do Zodiaco”(“Saint Seiya” no original), Akira Toriyama, autor de “Dragon Ball Z”, Kazuki Takahashi, esse mais recente, autor da série “Yu-Gi-Oh!”, Osamu Tezuka, autor de "Astroboy" e "Kimba, o Leão Branco" (que inspirou a criação hollywoodiana do Rei Leão), Yoshihiro Togashi, autor de "Hunter x Hunter" e "Yu Yu Hakusho", entre outros autores. As maiores editoras existentes hoje nesse ramo são a Kodansha, a Shueisha e a Shogakugan. Normalmente, quando vem ao Brasil, essas revistas vão para editoras como Escala, Conrad, JBC, Panini e New Pop.
Os mangás penetraram em nossa cultura, no final dos anos de 1980 inicio da década de 90, com séries animadas Exibidas na TV, que foram retiradas dos mangás para as telinhas, e que se consagraram como “Cavaleiros do Zodiaco”, “Yu-Yu-Hakusho”, “Shurato”, “Dragon Ball Z”,que trouxeram consigo suas versões mangás, que difundiram rapidamente. Dessa forma, o mercado dos mangás aqueceu no país, assim foram surgindo os fissurados por mangás e congressos sobre os HQs orientais, até periódicos especializados no gênero, como o “Anime-Do” e a revista “Neo Tokyo”, além do advento dos eventos como o "Animê Friends" e a "Comic Con" que engloba fãs de todo tipo de elementos da cultura pop e Geek.
Atualmente os Mangás estão incorporados a nossa cultura, fazendo com que se possibilite conhecer elementos da cultura oriental e a importância de sua propagação, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, onde os japoneses utilizaram as HQs como uma maneira de contar as diversas visões dos doloridos fatos violentos do conflito (como no filme "Túmulo dos Vaga-lumes" e "Gen Pés Descalços) fazendo um processo diferente dos Estados Unidos, que como vencedores da guerra, entraram no conflito ideológico com a União Soviética e usaram as Histórias em Quadrinhos como instrumento de propaganda do modo de vida capitalista estadunidense.
Ao percebermos as nuances da difusão dos mangás no ocidente, entendemos que além de simples Histórias em Quadrinhos que tiveram o poder de influenciar gerações de crianças e adolescentes, e hoje são principalmente perpetuadas internet afora, são também elementos artísticos culturais capazes de nos fazer conhecer outras culturas, modos de pensar e principalmente as lógicas culturais de convivência social e cultura. Olhar criticamente o processo global de produção de animes e mangás nos faz perceber o poder de construir raciocínios críticos e questionadores se confrontados com o período e contextos históricos que foram produzidos.
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