Os quadrinhos sempre refletiram os dilemas e as lutas sociais da época em que foram constituídos. Desde os primeiros dias das histórias em quadrinhos até a atualidade, essas narrativas coloridas têm sido um espelho para diversos eventos históricos ocorridos na sociedade contemporânea.
Nos anos 1960 e 1970, uma era marcada pelo fervor do movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, surgiram personagens como Luke Cage e a série "X-Men", ambos refletindo as lutas e os desafios enfrentados pelas minorias. Luke Cage, o herói de aluguel, representava a ascensão dos negros em uma sociedade que tentava mantê-los à margem. Já os mutantes da série "X-Men" eram uma metáfora poderosa para as experiências daqueles marginalizados por causa de sua diferença, uma analogia clara à luta contra o racismo e a discriminação.
Além dos diversos debates e avanços produzidos durante as décadas de 1960 e 1980, foi nos anos 1990, com o surgimento da Milestone Media, que se proporcionou um maior debate dentro do mundo corporativo dos quadrinhos ocidentais. Fundada por Dwayne McDuffie, um roteirista negro, A editora tinha como proposito dar voz e espaço para artistas de minorias étnicas. A Milestone foi um ponto de diversidade em um mar de homogeneidade do mercado estadunidense dos quadrinhos. Seus personagens, como "Hardware", "Icon" e o icônico "Super Choque", não apenas representavam uma multiplicidade de origens étnicas, mas também abordavam questões sociais urgentes, como racismo e violência urbana.
McDuffie no final dos anos 1980 (Fonte: Wikipédia). |
Super-Choque (Fonte: O Hoje). |
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